segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Morangos Rachados



Algumas vezes palavras são desnecessárias,; gestos, sorrisos e olhares tomam seu lugar.
Entre gritos, gemidos e sussurros entrecortados, frases soltas, ordens e pedidos. O corpo fala, fala não, grita, exala tudo que torna-se ininteligível por palavras.
Puxões, aranhões, beijos, abraços, saudades, mordidas (desculpe, não resisti, eu sei). O que deve ser ouvido, o que deve ser dito? Qualquer coisa que não for prazer, deixe pra depois. Amores, desgostos, desperdícios, risos. O que nos une afinal? Cumplicidade.
Gostos, cheiros, marcas, filmes, o que fica pra depois? E a partir de agora? Como faz? Bem, deixa pra depois; depende de apanha, como reagiremos?
De súbito, um pudor, uma vermelhidão. É acho que estamos mesmo encabuladas. O que, de fato, é desnecessário, sabe onde tudo isso acabará. E se não quiséssemos, não saberíamos. E então? O que pode me dizer?
É. Eles estão rachados, é por que estão bêbedos.



Por Kamilla Golin 
http://yawowt.tumblr.com/

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