sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir ás minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado de alma e sim um signo do zodíaco."




Gabriel García Marquez

domingo, 28 de novembro de 2010

Consolo na Praia

Vamos, não chores
A infância está perdida
Mas a vida não se perdeu
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras
Em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas e o humor?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
Murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
Precipitar-te de vez nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Nesse grito mudo peço socorro. Clamo por ajuda… E ninguém pode me ajudar… Não sei o que fazer, estou perdida em meus próprios tremores. Confesso que a vontade de desistir me encanta nos momentos extremos… Seria tão cômodo… Tão simples… Esse sentimento de solidão que invade minha alma, meu peito esta doendo…

Tenho procurado forças onde não existe. O vazio agora me preenche… A falta que faz alguém com que possa ser simplesmente eu… Com que eu possa ser falado tudo sem pudores, sem falsas expectativas… Que falta que a falta me faz!

Falta até de palavras duras, essa solidão me desespera, sinto ao meu redor tudo passar, mais estou alheia a tudo, as pessoas a minha volta já não me enxergam mais… Grito desesperadamente por ajuda, alguém que possa me socorrer, que possa me abraçar, possa me fazer sentir completa.

Não estou bem há muito tempo…ja não sei mais o que quero, já não sei que caminho seguir…. A tristeza me acompanha…. lagrimas são minha constante companhia…

domingo, 21 de novembro de 2010

Passe bem!

Já não me importo mais com os erros que cometi... eles serviram para me fazer crescer... Não sei teu nome e nem que você é realmente. E sinceramente já não importa mais!


Me abri do modo mais intenso que podia, e sei que não fui a única que cometeu o mesmo erro. Gostava realmente do modo como me tratava, das nossas conversas e de como entendia tudo o que sentia... Era tão estranho que isso estivesse acontecendo com alguém que mau conhecia... era irreal... ou melhor, surreal.

Mais agora... você nem meu respeito merece, e mesmo assim não te desejo mau nenhum, mais não nego que ainda o verei quebrar teu rosto enigmático e vou estar com um doce sorriso nos lábios...

Não é uma ameça, mais você ainda vai se arrepender por brincar com algo tão valioso... Os sentimentos alheios! Alguém vai fazer com que você pense em todas as suas atitudes equivocadas e cruéis que cometeu... E que desejo pra ti? Tudo de bom, e passar bem!

Talvez fosse melhor saber nada...

Ele me deu um tapa na cara... Foi sutil, delicado... Através de palavras duras, ele me criticava duramente...Sinto como se houvesse matado o melhor dele... O medo corrompe as pessoas de tal modo que elas modificam-se.


Confesso que sinto falta daquelas conversas loucas, das risadas sem fim.... dos devaneios mais profundos... De apenas olhá-lo. Sei que nada mais faz sentido... Sei dos destinos que tomamos... Sei das escolhas talvez equivocadas... Sei de tanto que seria melhor saber de pouco...

Tenho receio de que o desdém me mate... Me corroa... Me fira... tenho medo!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Blackout

O álcool nos conduz por caminhos obscuros, caminhos sem volta... Se algum dia me perguntarem se arrependo-me de algo, direi que sim! Que me arrepenso de não ouvir sempre os conselhos da minha mãe... E levada pelos impulsos saio descontralada, com uma enorme vontade de fazer coisas erradas...
Confesso que beber é algo tão prazeroso, dá uma falsa sensação de liberdade, como se nada fosse acontecer... sem nenhuma consequência maior... O álcool vei penetrando em sua corrente sanguinea, uma leveza gostosa vai tomando conta do seu corpo... e a vontade de beber mais apenas vai aumentando...
Aqueles goles vão escorregando suavemente pela sua garganta, provocando arrpeios... Mais apenas no começo é bom, aquela tonturinha gostosa... Você se sente como uma astronauta tamanha é a leveza de seu corpo...
Maiss a grande questão é até onde ir. Até que ponto aquilo te faz bem... Ninguém sabe... Quando parar. E a cada copo a embriaguez vai se aproximando e teus sentidos cada vez mais se distância, fica difícil controlar atos e suas palavras tomam vida própria... Agora nada tem limites! E a possibilidade de fazer merda aumenta consideravelmente...Seu mundo vai se dissipando em pequenos fragmentos e sua realidade foge do verdadeiro...
Depois disso, um blackout!
O que vem depois é a fossa, as incertezas, ou melhor as certezas de que foi uma noite conturbada e o que fica na sua memória lhe envergonha... O lixo em pessoa, assim que se sente.
Aquele gosto amargo em sua boca, a maquiagem borrada, as olheiras, a insuportável dor de cabeça... A sensação que a morte se aproxima a cada segundo...
Só  que agora em plena consicência de meus atos... afirmo aqui que o álcool não mais fará parte de minha vida e antes que ele me destrua eu acabo com ele!